terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Do Julgamento

Solitária, a pobre alma se aquece;
Na noite vazia, tem seu maior desafio:
Proteger-se irrequieta do cortante frio,
E esquivar-se de tudo que à sua carne fenece;

Longas horas até surgir alvorada,
Absorto: seu nariz é uma pedra gelada.
Queda-se a pensar no porquê de estar ali:
Por que seu mundo, ao revés, lhe sorri.

Após o grande julgamento, tem seu veredicto:
Se das vicissitudes oriundas dessa vida tesa,
É inocente, e por um segundo fica em leve estado;

Mas sobre ter desperdiçado seu tempo,
Neste caso inexiste resquício de defesa:
A leveza se esvai e não se faz de rogado: é culpado.

Inspirada no filme "Papillon"

http://pt.wikipedia.org/wiki/Papillon

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Manhã Idílica [às três da manhã]

Acorda dia, sob tua mesa novos poetas.

A dor de ontem já passou.

O orvalho venceu,

lavou, escorreu.

E hoje tudo é novo e claro.



As putas são belas.

Os bêbados ainda de pé.

Ninguém vê os meninos ao chão.

Mas o sol os cobre na manhã dura.



Eu cambaliei por toda cidade.

Cada rua era a mesma.

Eu perdi as horas do meu coração.

Depois parti à chave,

não era minha porta.

Fechei o dia: minha casa é à noite.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

vinte e um

Hoje é dia de festa,
o sertão tá animado,
o cordel preparado,
o povo vem celebrar.

Depois de tantas proezas,
neste mar de sertão,
ela surge imponente,
para receber seu presente.

Seu nome é Maria,
a alcunha é Bonita,
guerreira de coração.

Eis uma breve homenagem,
deste modesto admirador,
ao raiar de um belo dia.

domingo, 8 de fevereiro de 2009


Ando pensando demais.
Exagerando na dose
Dessa droga neurótica
De efeitos letais.
Ó mente, ó razão,
Liberte-me do vício do pensamento
E traga-me de volta ao momento!