segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Lamentei por sua dor,

E suas lágrimas que corriam

Sobre as maçãs alvas de seu rosto;

E às dúvidas que a seu espírito assolava.

Senti o alcance de minhas palavras,

Não indo além de um palmo da minha boca...

Era como bater numa rocha.

Era como se sílaba após sílaba,

Minhas palavras se desfizessem no ar.

Sua dor era como uma rocha,

E demonstrou ser resistente...

Mas era um fantasma.

Maldito seja este fantasma.


18/06/09

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Ossos do Ofício

Aqui estou. Deitado, nu, papel e caneta em mãos, confuso. Sinto-me inspirado, as águas voltaram mas dessa vez, turvas demais. A caneta falha... súbito desespero... ainda bem, alívio, foi só um alarme falso. Divido meu quente leito nessa noite solitária com o senhor Dostoiévski embora deva confessar que sou muito mais uma bela dama mas, as noites solitárias são assim mesmo: sem nenhuma dama, quanto mais uma bela. Álem do mais, devo até ser grato, mas vale um grande russo como companheiro do que um best-seller qualquer.

O problema comigo não é escrever, isso sei fazer até que bem - pelo menos é o que acho - , o verdadeiro problema é versar. Hoje cedo li um poema de Pessoa, magnífico. Tive vontade de fazer algo semelhante e aqui estou... deitado, nu, papel e caneta em mãos, e contudo, mais confuso do que nunca.

Acho que gosto do seguro terreno da prosa, o qual conheço muito bem desde os primeiros anos de escola. A poesia é como o estrangeiro, o diferente, o volátil, o mutável, me assusta. Só em pensar nas rimas, na métrica, na sintaxe, no vasto vocabulário de palavras... recuo covardimente e aqui estou, deitado, nu, papel e caneta em mãos e agora com a certeza de que não consegui escrever um poema e sim uma prosa.

Talvez eu seja assim mesmo, daquele tipo de Pessoa que dá os primeiros passos sem nunca vislumbrar onde o fim do caminho levará. Talvez seja o tipo de Pessoa que repentinamente é assolado por um avalanche de pensamentos, sentimentos, desejos, mas que logo passam e desaparecem em questão de poucos minutos. Só hipótesis. Tudo o que sei é que ao tentar versar acabei escrevendo repentinamente uma prosa. De repente minha próxima prosa pode vir a ser uma poesia, quem sabe... texto pronto. Aqui estou, deitado, nu, caneta e papel em mãos, e é claro, extremamente feliz.

sábado, 9 de janeiro de 2010

Ode aos Vivos

Hoje acordei com vontade de sumir, por mais que sumir possa parecer uma vontade estranha - em alguns momentos faz perfeito sentido - mas logo passou...

Em seguida veio a alegria, a tristeza, a alegria novamente, o tédio, a raiva, o choro, tanto alegre quanto triste...

E assim se passou mais um dia na existência dos humanos.


O que concluo com esses meus típicos devaneios é que a beleza em todos os sentimentos, encontra-se na semelhança entre eles. Todos são interligados, fundamentais, essenciais, únicos e múltiplos, indispensáveis; descarte apenas um deles e todo o resto será afetado.


Hoje acordei com vontade de sorrir mas é quase certo que ao deitar-me ao fim do dia terei vontade de sumir... e isso me alegra, me da vontade de celebrar. Por mais que vontade de celebrar algo assim possa parecer estranho. Por mais que todas as sentenças acima possam parecer estranhas... não me importo, o que é valido aqui é o que estou sentido ao redigir essas palavras: me sinto feliz! Mas logo virá a tristeza e assim por diante...

mais um dia na existência dos humanos.


Devo dizer, caro(a) amigo(a), que esse não é um texto depressivo, em verdade vos digo, é um texto sobre a vida, uma saudação a sua magnífica forma. Afinal, suportá-la por tantos anos a fio é uma arte, e das mais requintadas que se tem notícia.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

O Desleixo



Eis aqui a minha maior obra prima! Seu nome? O Desleixo!




FIM

Su, su, urros!

Os brilhos, encantos e cantos sussurraram pra mim. Logo notei! Algo estranho acontecia! Os encantos jamais sussurram! Sempre cantaram pra mim! Em alto e bom som! Um infeliz me disse certa vez:

- São os dias de hoje, a vida é assim!

Assim. Assim, era a vida dele, sem graça, encanto, beleza, arte, a não ser aquela tal arte das "pessoas na sala de jantar ocupadas..."

Outro foi mais audacioso!

Com uma arma em sua mão dizendo-se O Justiceiro!
Pois, que pague o que deve esse charlatão!

Hoje acordei tarde, Apolo demorou a lançar os primeiros raios de luz do alvorecer, também pudera, havia fumaça cinza por todo lado e nada de céu...e ainda algunxs desgradévais se perguntam:

- Porque os Deuses estão zangados conosco?

Todavia, o sussurro me preocupa. Estarei perdendo a sensibilidade?

Minha roda se pôs a girar...

Tlec tlec tlec

"Sorte de hoje: Catástrofes mundiais, tome cuidado, não forneça sua senha a estranhos"

Em que época estamos mesmo? Tomara que não seja na Bela Época...