Solitária, a pobre alma se aquece;
Na noite vazia, tem seu maior desafio:
Proteger-se irrequieta do cortante frio,
E esquivar-se de tudo que à sua carne fenece;
Longas horas até surgir alvorada,
Absorto: seu nariz é uma pedra gelada.
Queda-se a pensar no porquê de estar ali:
Por que seu mundo, ao revés, lhe sorri.
Após o grande julgamento, tem seu veredicto:
Se das vicissitudes oriundas dessa vida tesa,
É inocente, e por um segundo fica em leve estado;
Mas sobre ter desperdiçado seu tempo,
Neste caso inexiste resquício de defesa:
A leveza se esvai e não se faz de rogado: é culpado.
Inspirada no filme "Papillon"
http://pt.wikipedia.org/wiki/Papillon
terça-feira, 24 de fevereiro de 2009
terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
Manhã Idílica [às três da manhã]
Acorda dia, sob tua mesa novos poetas.
A dor de ontem já passou.
O orvalho venceu,
lavou, escorreu.
E hoje tudo é novo e claro.
As putas são belas.
Os bêbados ainda de pé.
Ninguém vê os meninos ao chão.
Mas o sol os cobre na manhã dura.
Eu cambaliei por toda cidade.
Cada rua era a mesma.
Eu perdi as horas do meu coração.
Depois parti à chave,
não era minha porta.
Fechei o dia: minha casa é à noite.
A dor de ontem já passou.
O orvalho venceu,
lavou, escorreu.
E hoje tudo é novo e claro.
As putas são belas.
Os bêbados ainda de pé.
Ninguém vê os meninos ao chão.
Mas o sol os cobre na manhã dura.
Eu cambaliei por toda cidade.
Cada rua era a mesma.
Eu perdi as horas do meu coração.
Depois parti à chave,
não era minha porta.
Fechei o dia: minha casa é à noite.
sábado, 14 de fevereiro de 2009
vinte e um
Hoje é dia de festa,
o sertão tá animado,
o cordel preparado,
o povo vem celebrar.
Depois de tantas proezas,
neste mar de sertão,
ela surge imponente,
para receber seu presente.
Seu nome é Maria,
a alcunha é Bonita,
guerreira de coração.
Eis uma breve homenagem,
deste modesto admirador,
ao raiar de um belo dia.
o sertão tá animado,
o cordel preparado,
o povo vem celebrar.
Depois de tantas proezas,
neste mar de sertão,
ela surge imponente,
para receber seu presente.
Seu nome é Maria,
a alcunha é Bonita,
guerreira de coração.
Eis uma breve homenagem,
deste modesto admirador,
ao raiar de um belo dia.
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