terça-feira, 23 de setembro de 2008

Muitos se enganaram: erro sem perdão,
Ao pensar em paixão na empreitada d'além mar,
Das coroas Ibéricas de Castela e Aragão,
Parca justificativa que não mais há de me furtar!

Isabel e Fernando desde o primeiro instante,
Que apoiaram Colombo, um homem de seu tempo,
Não dissimulavam nem no semblante,
Cobiça, olho gordo, um novo empreendimento;

Décadas depois riquezas retornavam;
Ouro e prata, cristãos impressionados!
E para tal, tantos foram subjulgados:

Semente que rendeu jardim de riqueza!
Um mar de sangue foi derramado,
E o povo Asteca dizimado!

domingo, 21 de setembro de 2008

Senhor Solidão

De autoria do poeta Francisco Monteiro

Quando adentrou aquele bar
Pareceu que tudo ao redor parou,
Todos paramos para o ver entrar
Ele sequer se incomodou
E puxou uma cadeira pra sentar

Era um sujeito franzino, tinha a barba por fazer
Via-se facilmente em seu rosto
Uma tristeza, um quase enlouquecer
Ou qualquer coisa triste, um desgosto
Que por certo o fizera sofrer

As vestes suas estavam molhadas
Pela chuva que caía sem parar,
E ele não se importava com nada
Nem com a cadeira que estava a molhar
Ou com sua camisa rasgada

Tinha o olhar vago, profundo, vazio,
Nele notavam-se rugas recentes
De mágoas que o invadiu,
As mãos trêmulas aparentemente
Como quem de algum lugar fugiu

Ao notar que era notado,
Deu-nos um sorriso sem graça
Era nítido que estava perturbado
A penar de uma dor que não passa,
De algum mal mal-curado

Acendeu um cigarro amassado
Que tirou de sua camisa rasgada,
Fingiu espirrar pra olhar de lado
E, numa profunda e grande tragada
Criou um ambiente esfumaçado

Toda aquela tristeza dele cortava-me o coração
Porém nada tinha eu a fazer
A não ser observar-lhe cada ação
E sim deixar apenas acontecer
O que ele quisesse fazer por opção

Sei que quando sofremos do mal do amor
Ficamos escondidos, isolados
Queremos sozinhos curtir a nossa dor
Curando o coração magoado
(E deixamos o mundo apenas por expectador)

Ele trazia no bolso uma fotografia
Que tirou e pôs-se a olhar,
Quase balbuciando a chamou de vadia
E, em silêncio começou a chorar...
(foto pequena, grande agonia)

Não pude ver quem era exatamente
Mas notei que era uma mulher bela
E ele bem delicadamente
Beijava no retrato o rosto dela
(num desespero latente...)

Penalizei-me por ver que ele a amava
E que todo aquele seu sofrer
Era por um amor que o assolava,
Mas sem saber o que fazer ou dizer
Apenas me reservei a ver como ele se comportava

Sentado, seus pés mal tocavam o chão
-Sujeito pequeno era o infeliz-
Pequenas também eram suas mãos
Que mais pareciam infantis
(Era o quase dono da solidão!)

Ao tomar a bebida que pedira
Ele levantou-se pra ir embora,
Enfim toca no chão e se vira
E como sempre a todos ignora
(coisa que não me admira...)

Seu visível descontrole me incomodava
Por saber e ver que ele sofria,
A vontade de ir ter com ele não me abandonava,
Porém, o que lhe falar eu não saberia...
(Enquanto o tempo alí no bar quase se arrastava)

Cruzou o salão em passos lentos
E novamente chamou-nos à atenção,
Estávamos todos bem atentos
Aos passos do Senhor Solidão
(que parecia estar sonolento!)

Ao chegar na porta do bar
Tirou de sua cintura uma arma
Virou-se pra trás a nos olhar
Parecia um sujeito sem alma
Um fim em sua vida iria dar

Neste istante notei que uma lágrima rolou
De seu triste rosto desesperado,
O seco som de um disparo ecoou,
O antes de pé corpo franzino, agora estava estirado.
A vida pra ele terminou!!!

Por causa de um amor bandido
Estava morto aquele homem pequenino.
E morrera solitário, desiludido,
Um homem em forma de menino
E no verso da foto estava escrito:

“Morri porque não suporto solidão,
tantas vezes tentei com ela ser feliz,
dei-lhe toda a minha vida e o meu coração
mas, infelizmente ela nunca quis...
vivi uma vida de decepção”

Pensei: A nossa vida é bem engraçada
Tanto que até parece comédia
Mas se não soubermos viver a desgraçada
Ela vira drama, vira tragédia.
(E acaba mal-acabada!)

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Há em mim um sentimento,
Que deixa um coração apertado!
Tem como gênese do sofrimento,
A sensação de ter sido injustiçado.

Lança luz à obviedade,
Breve busca que lhe trai,
Solapa a crítica sublime,
E um forte laço se desfaz.

O velho poeta dum breve sonho,
Numa noite fria despertou.
Como fosse espartano, desvencilhou
A si, dum grande fantasma medonho.

Nestes tempos os sonhos macios são!
Ao amanhecer, tranquilo e dourado:
E o bilhete de entrada pro exílio...
Jaz num bolso: muito bem guardado.

Set, 2008.

sábado, 13 de setembro de 2008

Um poema na última página...
Relegado, esquecido, sem pretensão.
Um poema de historiador, sem lágrima;
Palavras em fuga, imersas na solidão.

Já é tarde: ao fundo uma canção,
Conjugada aos sons da noite,
culpadas por essa inspiração
Abrindo caminho como foice.

Atrás destes versos, sentimento pesado;
Seriam estes versos minha salvação?
A resposta? Bem simples, nada complicado:

Este poema não tem pretensão!
Talvez meta-linguagem, ou linguagem do coração,
ou grito de quem devia estar em sono, mas encontra-se acordado.

Jan, 2007

domingo, 7 de setembro de 2008

O começo

Nada, pensamentos superficiais,

a memória se esvairece,

o momento desfalece,

guardar?


A velocidade do acontecimento é como o vento que leva o imperceptível,

aquilo que não se dá atenção.

Alerta, apreender o mínimo,

a forma do todo.


Sensações,

ah, como quero,

o verdadeiro sentimento,

coragem!


É preciso!

Oh medo, aquele que entrava a verdadeira luz,

existe o que defende de atrapalhos,

esse sim, eu quero!


Necessito de luz!

Aquela que clareia,

expande e eleva,

nos faz SER.


Não me agüento,

sei o que é preciso,

mas falta dar a cor,

faze-la PRESENTE.


Revolucionar ou manter?

É importante TER.

A palavra, o maior dos dons,

o talento em forma de som,

a responsabilidade nos dada,

o comprometimento é o tom.


O Começo,

sem virar do aveso,

estar no verso,

que dá sentido,

une e concede o direito,

eu quero!

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Boas vindas!

Que se comece a discussão!