O Samurai
Ouvi falar de um guerreiro,
Cujo corte preciso era;
Podia passar o dia inteiro,
A ver os detalhes da primavera;
Moderado no dizer,
Intenso no viver,
Entregou-se a paixão,
E ninguém tinha o direito de julgá-lo.
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O Mouro
Havia também um andarilho,
Que causos do sertão nos contava;
Cujo coração andava no trilho,
Via o pôr do sol à beira da estrada;
Intenso no dizer,
Moderado no beber,
Entregou-se a paixão,
E ninguém tinha o direito de julgá-lo.
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O Outro
Não deixemos o tal ferrabrás,
Que de misterioso nada tem!
Simples no ser e nada mais,
Em cujo bolso não jaz um vintém.
Moderado no falar,
Intenso no versar,
Entregou-se a paixão,
E ninguém tem o direito de julgá-lo.
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