Ai de mim, ai de nós, bem-amada,
só quisemos apenas amor, amar-nos,
e entre tantas dores se dispôs
somente a nós dois ser malferidos.
Quisemos o tu e o eu para nós,
o tu do beijo, o eu do pão secreto,
e assim era tudo, eternamente simples,
até que o ódio entrou pela janela.
Odeiam os que não amaram nosso amor,
nem o outro nenhum amor, desventurados
como as cadeiras de um salão perdido,
até que em cinza se enredaram
e o rosto ameaçante que tiveram
se apagou no crepúsculo apagado.
Pablo Neruda - Soneto LXII
10 comentários:
Esse poeta deu trabalho ao carteiro...
Luccas.
E vice-versa.
O título do post poderia ser "sinais de fumaça", rs. Abraço, rapaziada!
Clássico, parafraseando um intelectual jogador de futebol, é classico e vice-versa.
- Gostei: sinais de fumaça.
Sem pre em busca dos três pontos né Luccas?
Pajé Oliveira volta com força em Dezembro.
Abraço exilados.
hmm, foi um sinal colorido esse...já tem até data de retorno, rs.
E qual seria, Pajé Oliveira, a cor desse sinal colorido?
Luccas.
Foi um sinal colorido somente na visão do camarada Botafoguense, nada a declarar.
hahaha!
A propósito: belo soneto, camarada.
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