- Fala Renatão! Vai passar o Reveillon aonde meu caro?!
- Pô João! Fala sério, Jurerê é o que há de melhor nessa Ilha. Tudo que se poderia sonhar: gente bonita, mansões, carrões, só coisa de prima meu chapa, tô indo pra lá.
- E tu João, vai passar aonde?
- Meu querido, acho que vou ficar em casa mesmo, com minha família.
- Pô João, que sem graça! Vamo curti junto com a rapaziada lá em Jurerê. Quer coisa melhor que o mulheril de lá dando mole? Só alto nível.
- Poisé Renatão, eu sonho com a realidade, ficarei em casa.
4 comentários:
Mas qual realidade?
Qualquer uma que seja longe das ostentações da suposta elite que habita este lugar tão cobiçado.
Vilém Flusser escreve que a língua cria a realidade. Com isso, poderíamos acreditar que existam realidades,e não apenas uma e somente uma realidade. O próprio surreal (e por que não?) pode ser considerado uma realidade.
O que se apresentou em Jurerê nesse reveillón - e que já se tornou, aliás, comum - é a [falsa] realidade de alguns. E esses ''alguns'' que ostentam aquilo que não tem, apenas representam. Personagens, meros personagens.
Belo texto
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