quinta-feira, 7 de abril de 2011

Da Morte ao Redor

Um pássaro acaba de bater na janela.
Provavelmente ele está caído no chão,
morto, lá embaixo.
E provavelmente minha gata
vai brincar um pouco com os restos dele.
E ela não é má por isso.

Eu tenho pensado muito
e a última semana passou acenando para mim como um borrão.
E eu me ocupei apenas
em sentir um enfado tremendo
em tudo que passava ao meu redor.
Não quero mais ter que me sentir assim.

E o mundo está todo do avesso,
e hoje eu queria apoiar uma revolução.
E parem de falar de overdoses e drogas,
eu já entendi que vocês são uma pane químico-biológica
e um desastre mental, não os culpo por isso,
mas por favor,
falem alguma coisa diferente e interessante.
Vocês não são artistas.

E eu acabo de ouvir um tiro
que parece ter sido dado do outro lado da rua
minha percepção pereceu, tensa, por um segundo
e meu coração se expandiu e logo se recolheu de aflição
porque a perspectiva de alguém morto a alguns metros de você é assustadora

E todas as reflexões puramente teóricas parecem bobas diante disso.

domingo, 3 de abril de 2011

Certa feita, parei pra ouvir o maior número possível de instrumentos, e dei-me conta de que cada um expressa um sentimento, uma "voz" ou jeito diferente. Algo que lembra seres humanos, segundo o meu ponto de vista. O Violão é um ser bipolar por demais, quando "chamameado" parece muy aborrecido, entretanto, entrega-se em algumas milongas, mostrando-se muy sentimental. O Pandeiro vive mostrando os dentes, é aquele tipo de "gente" que não tem tempo ruim, bem coisa de caramuru carioca. A Sanfona sofre de histeria, entretanto, tem seu charme, espalhafatosa seria a palavra mais cabível, apesar de toda sua formosura. A Violina sempre com sua "finesse" passa algo sereno e ao mesmo tempo triste, apesar de todo seu desabafo não é muito popular. O Piano seria a versão masculina da tristeza, já que a feminina é representada pela violina. Piano é um rapaz um tanto solitário, orgulhoso, mas sempre se saiu bem sozinho. Quem não me agrada muito é a bateria, um vizinho barulhento, grosso e sem sentimento, sempre bêbado. Por fim lembro da flauta, uma lolita com seu timbre encantador. Ulisses não foi realmente testado, caso não tenha ouvido a espirituosa flauta. 
Existem vários outros para falar, caso vocês gostem de algum, ajudem com sua descrição.

TOA