quinta-feira, 11 de agosto de 2011

A verdade sobre o crítico

- Se ao menos os trabalhadores soubessem de sua forç..
- E quem és tu a falar daqueles quem não conheces? (irrompeu de um canto escuro da taverna empostada voz altiva de estranho ar soberano provocando um silêncio constrangedor a todos que ali estavam).
- Sou...
- Sei muito bem quem és...
Fez uma pausa em sua fala.
- Como tu já vi milhares que sem saber do que falam entopem os ouvidos desavisados de ilusões e quando atigem seu maior desejo - o poder - tornam-se escravos do desejo até ficarem de quatro sem que suas bocas sedentas de citações possam balbuciar qualquer autor europeu de renome adquirido nas contradições fala/ atitude!
- Como ousas!
- Não ouso, faço. E faço de ti agora a máscara quebrada a se romper diante de sua platéia ("amigos")desvendando mais uma falácia desta terra que é a sua existência.
- Tu que vives a gabar-se de seus feitos "revolucionários" não és capaz de admitir as calças borradas e molhadas logo diante do primeiro desafio. Tu jamais terás conselho algum a dar, pois és o oposto de qualquer adjetivo a auto-estima-lo. Escória lhes adjetivariam os mais nefastos seres os quais já pisaram e irão nesta terra pisar. Se sabes dar idéias, criar teorias, debater conceitos, por qual razão não as coloca em prática?
- O sistema, a sua repressão, deixam-me sem tempo! (por fim voltou a se pronunciar a escória, mesmo que gaguenjando em meio ao nervosismo).
- Engana-se a si mesmo com tais palavras. Muitos tantos já por muito menos foram capazes de provar o contrário! Digo quem és tu! És a escória a gritar sem saber o que falar quando ouvira uma palavra "revolução"! A usa sem saber e segue a velha ordem; reproduzir repetindo a palavra que sem entendimento se perde no imenso. Não, não és escória afinal...és apenas mais uma criança, mais um aprendiz, aprendendo a verdade travestida - de mentira - reproduzindo, repetindo, continuando o dado...

Levantou-se lentamente então o homem provocador. A sombra o acompanhava. Seu rosto não se revelava mesmo diante da luz. E a três palmos do homem-criança tirou de sua vestimenta um pequenino espelho de bolso, trazendo para frente de si e então o virou na direção do infeliz. Ao se ver no espelho sua consciência percorreu como que se todas as sinapses possíveis ocorressem naquele cérebro e pensou ver um filme correr diante de si. Tudo o que sempre criticara se revelara neste momento.

- E qual era a imagem refletida Tyche?
- A de uma engrenagem.

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