sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Se sou poeta, por medo não digo;
Pois que meus versos atabalhoados,
Sequer inspiram um reles espírito,
Quem dirá à corja dos letrados!


Poetas muitos se proclamam: uma façanha;
Vejo-os, ó Deus, com demasiado espanto!
Onde vós encontrardes facilidade tamanha?
Se incapaz de versar me corroo em pranto!


Envolto nesta questão, numa tal solidão vespertina,
É que de ar meus pulmões inflo: que agonia!
Berro aos céus, sedento, e questiono à força divina:


Andastes, em vão, espalhando sementes de euforia?
Alhures, provocando noutros auto-enganamento?
Ou é em mim, ó Força, que não reluz talento?


10/02/2010

Um comentário:

Gueds disse...

Deus? Força? Alhures?
soneto?!!!!