terça-feira, 15 de junho de 2010

Diálogo helênico

Helios de sonhos, o sol oriundo.
Qual Hélade pus-me entre deuses noturnos,
Nutrindo aos humanos em raios agudos.
Ondas de calor a doar-te cá mundo.

Meu nível termal milenar é teu eixo.
De mim só dependem o estalar do teu queixo,
Dos anjos, demônios, perversos e puros;
A experiência, a ciência e os parcos futuros.

Tantos deuses qual a Grécia me pôs por aqui,
Nutrindo tal mundo sem paz a seguir.
Aos que me afrontam dou caso oncológico,
Rei Sol só humano, um triz cronológico...

Desvelo seu sono cotidianamente,
Panóptico dito o andar da corrente,
Frenéticos corpos, incessante torrente,
Desalmados ao ritmo contraproducente...

Hélio te herdo apenas em nome...
De musas suponho um amor secular,
Qual peso carrego no nome a herdar
Descentro do pai em função tão nobre.

Mais corpo que gás é o meu ser soturno,
Humano em vícios, febril de rascunhos.
Em menores graus é que eu fico puto.
Explodo em amores calores fajutos...

“Mil grau” posso ser em 40 fervente..
Meu sonho é utópico, o seu é presente,
Meu ser transitório, o teu quase-sempre.
Também só num triz valho incandescente...

Um bem coletivo, morreu baleado.
De paz cauteloso...
Da paz fustigado...

De paz agressivo
E obcecado
Amor para todos
É um auto-retrato...

Vitimado,
Ancorado,
Apaixonado.
Ingênuo?

Se sol fosses pai do meu eu, eu queria.
Mais amplos poderes que aqueles da lira.
A tudo e a todos poetizaria...
Da paz eu faria nossa mais-valia.

13/06/2010

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