sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Ai de mim, ai de nós, bem-amada,
só quisemos apenas amor, amar-nos,
e entre tantas dores se dispôs
somente a nós dois ser malferidos.

Quisemos o tu e o eu para nós,
o tu do beijo, o eu do pão secreto,
e assim era tudo, eternamente simples,
até que o ódio entrou pela janela.

Odeiam os que não amaram nosso amor,
nem o outro nenhum amor, desventurados
como as cadeiras de um salão perdido,

até que em cinza se enredaram
e o rosto ameaçante que tiveram
se apagou no crepúsculo apagado.

Pablo Neruda - Soneto LXII

10 comentários:

Anônimo disse...

Esse poeta deu trabalho ao carteiro...


Luccas.

Cevador de solidões disse...

E vice-versa.

Poeta do Exílio disse...

O título do post poderia ser "sinais de fumaça", rs. Abraço, rapaziada!

Luccas N. Stangler disse...

Clássico, parafraseando um intelectual jogador de futebol, é classico e vice-versa.

- Gostei: sinais de fumaça.

Cevador de solidões disse...

Sem pre em busca dos três pontos né Luccas?

Pajé Oliveira volta com força em Dezembro.

Abraço exilados.

Poeta do Exílio disse...

hmm, foi um sinal colorido esse...já tem até data de retorno, rs.

Anônimo disse...

E qual seria, Pajé Oliveira, a cor desse sinal colorido?




Luccas.

Cevador de solidões disse...

Foi um sinal colorido somente na visão do camarada Botafoguense, nada a declarar.

Poeta do Exílio disse...

hahaha!

Poeta do Exílio disse...

A propósito: belo soneto, camarada.