sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Um tempo para o tempo: a História vai passar.

Sentei.
Sentou-se. Ela sentou-se.
A História sentou-se ao meu lado e pediu um copo.
Daquele mesmo líquido que eu bebia: feito de grãos de cevada.

E pensei...
Há quem sofra a História.
Há quem construa a História.
Há quem se sinta excluído por Ela.

Depois de alguns muitos goles ela admitiu:
Não tenho e nunca tive pretensão de ser ciência - por que seria?
Chorou e, aos prantos, continuou:
Confundem-me com a memória e dizem que sou arrogante.

Agora proclamam meu fim.
Alguns até dizem, continuou Ela, que já cheguei ao meu fim.
Outros questionam minha existência: para que ou para quem eu existo?

É coisa do Tempo, esse sujeito mal construído.
Culpem-no!

A História calou-se.
Depois de alguns goles calou-se.
Nunca mais falaria - agora ela teria, mais do nunca, seus (confusos?) intérpretes.



Palhoça, 27 de janeiro.