sábado, 23 de fevereiro de 2013

Liberdade, igualdade e fraternidade?

Se nascer é estar condenado à liberdade, o que significaria o desfalecimento? Se o que nos prende nesse universo é o pensar em um sentido mundano, por que ainda há vida? Se categorias filosóficas fazem o ser algo mais suportável, o que é o amor? Os poetas querem impor a metafísica naquilo que somente pode ser comprovado pelos sentidos, os mesmos (sentidos) que nos enganam até que consigamos adormecer. Isso, é claro, se formos demasiadamente otimistas para acreditar que há um despertar. É preciso, desso modo, partir do pressuposto que ainda exista, em partes, alguma liberdade, mesmo que não seja remunerada pelo sistema que sempre se critica. Há cabimento?, questiona-se. Por que deveria haver?, retruca-se.  

6 comentários:

Poeta do Exílio disse...

Não deveria, penso. Não sou tão otimista com relação ao despertar: mais me parece um sonho se desdobrando dentro de outro, de outro e de outro... num eterno desdobrar-se do onírico.

Anônimo disse...

Ouso duvidar do conceito total e pleno da palavra liberdade. Há traços libertários em nós e o resto me parece falsas promessas que mais nos prendem do que propriamente libertam. O despertar é uma característica dos espíritos mais desassossegados - salvas as exceções - e deverá ser visto através do caráter plural e não singular. Esse eterno desdobrar-se do onírico, muito bem pensado, está teoricamente disponível a todos, mas quantos de fato se dão conta das fragilidades conceituais aí postas e quantos se desvencilham dessas amarras retrógradas?

Forte abraço, Poeta!
Luccas.

Poeta do Exílio disse...

A tentativa de conceituar per si, neste caso, não deixa de ser uma forma de fixar em uma palavra ou conceito uma experiência vivida. Da liberdade plena só a experiência nos diz. Neste sentido, toda tentativa conceitual é vã, pois atenta - de antemão - contra os princípios que defende.

Perceber o desdobrar-se do onírico é pré-requisito para compreender a natureza pueril da existência.


Poeta do Exílio disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

...princípios que vêm sendo demasiadamente relativizados pelos modismos acadêmicos. Não poder conceituar precisamente as coisas têm sido uma munição daqueles que demasiadamente relativizam a concretitude - e, paradoxalmente, a liquidez - dos fatos. Boa argumentação, Poeta!

Luccas.

Poeta do Exílio disse...

Conceituar as coisas, acho viável. Fatos, idem. Sentimentos? hum, talvez seja possível também. Ou não.