quinta-feira, 9 de julho de 2009

Veillir

Escute,
pois as rugas de minha face
e os fios brancos de meu cabelo
dão o crédito as palavras
que escapam de minha boca.

Me guardo das lembranças de minha infância
para sentir aquilo que meus joelhos
não podem mais me oferecer

Amarelinha,
pular corda,
e pega-pega.

É! Melhor carregar cabelos prateados,
do que envelhecer antes do tempo.

4 comentários:

Felício Freire disse...

Lembranças daquela serra a mente me assola, terras ermas, poeira, pedras, sol, seca...
Andar descalço, olhar atento. Na pequena praça ao centro da vila, de frente a igreja onde padre Janeiro ensinava-me as primeiras letras. Nela eu assistia indivíduos, acompanhados de sua viola, cantarem progressos, grandes feitorias, tragédias, ditos de "zés". Imaginava espaços distantes, tempos sem precedentes.
Naquelas primeiras palavras, constructos passados por Janeiro, encaminhava-me a lentos passos ao exílio.
Saudoso daqueles arcos de mourão prensados na entrada do templo sagrado onde tive minhas primeiras lições.

Poeta do Exílio disse...

Sobre envelhecer antes do tempo:

Os historiadores que o digam!!! Né gente?
rs..

VersoRimado disse...

Relembro da tábua que quebramos e, capciosamente, juntamos novamente, dando falsa integridade àquela rampa de bicicleta. Vai cara de concha é tua vez! E lá estava ele estatelado quando a primeira roda tocou a madeira que pendeu facilmente, girando em 180 graus o nariz do pequeno e ingênuo ciclista em direção ao chão. Quão malignas crianças que dali a 5 minutos partiam ainda para sua catequese. Bons tempos de polícia e ladrão, esconderijos escuros e pega-pega a dois. Deus me guarde por não ter me casado atrás da porta...

Andarilha Errante disse...

Instante de salvação..e os minutos não são mais futuro..
Maria Bonita e seu momento de salvação, sabes o que eu digo, não?