quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Jurerê e sua surrealidade.

- Fala Renatão! Vai passar o Reveillon aonde meu caro?!
- Pô João! Fala sério, Jurerê é o que há de melhor nessa Ilha. Tudo que se poderia sonhar: gente bonita, mansões, carrões, só coisa de prima meu chapa, tô indo pra lá.
- E tu João, vai passar aonde?
- Meu querido, acho que vou ficar em casa mesmo, com minha família.
- Pô João, que sem graça! Vamo curti junto com a rapaziada lá em Jurerê. Quer coisa melhor que o mulheril de lá dando mole? Só alto nível.
- Poisé Renatão, eu sonho com a realidade, ficarei em casa.

4 comentários:

Luccas N. Stangler disse...

Mas qual realidade?

Cevador de solidões disse...

Qualquer uma que seja longe das ostentações da suposta elite que habita este lugar tão cobiçado.

Luccas N. Stangler disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Luccas N. Stangler disse...

Vilém Flusser escreve que a língua cria a realidade. Com isso, poderíamos acreditar que existam realidades,e não apenas uma e somente uma realidade. O próprio surreal (e por que não?) pode ser considerado uma realidade.

O que se apresentou em Jurerê nesse reveillón - e que já se tornou, aliás, comum - é a [falsa] realidade de alguns. E esses ''alguns'' que ostentam aquilo que não tem, apenas representam. Personagens, meros personagens.

Belo texto