domingo, 23 de janeiro de 2011

Um rapaz andava pelas ruas do centro de sua cidade. Bêbado, certamente; drogado, talvez; presente, jamais. O rapaz de fato estava num lugar escuro: o-salão-ecoante-dos-seus-pensamentos-assaz-fúnebres. Vinha a questionar-se: “mas que tipo de busca é essa? Essa aversão à realidade, de onde vem? O que há na verdade de tão ruim que me faz buscar o fim do copo, o fim do cigarro, o fim..?” Os pensamentos filosóficos para o que nos parecia, antes de sabemo-los, apenas um jovem ébrio qualquer, obtinham respostas parciais, sem que ele jamais conseguisse montá-las na Grande Uma ( thebigone, ha).

O salário que é baixo. A namorada que traiu. A mãe que criticou. Deus que inexistiu-se. As doenças que vieram.  A flor que é amarela. O corpo que é fraco. Tudo verdade, tudo verdade. Mas não muito, pois estando ele sóbrio, bêbado, chapado ou pilhado, nenhuma delas deixava de ser.

Os efeitos, agora, já vêm passando, e se o rapaz não encontrara a solução com eles, quem dirá sem. Logo ele cairá no sono-sem-sonhos dos alcoolizados e em 24 horas estará fazendo uma prova da faculdade, na qual responderá, inteligente como é, a todas as perguntas, mas seguirá sua vida sem nenhuma resposta.

3 comentários:

Tyche Fortuna disse...

Genial!

Cevador de solidões disse...

Qualquer palavra desqualificaria este texto, este, que por sua vez, seria injusto defini-lo, tamanho o seu talento, ó magnânime nerd.

N. disse...

Quem diria,Gregório!
Muito talento mesmo