terça-feira, 28 de julho de 2009

O Cisco de Ontem

A senhora sexagenária
varreu o quarto, a sala,
e num trépido do assoalho sob a estante,
deixou cair um castiçal de ontem.

Juntou os cacos e revirou as gavetas
que não lhe couberam lembranças.
Continuou a varrer tudo que pode,
mas o passado, este, permaneceu intocável.

2 comentários:

Andarilha Errante disse...

O mar me trouxe uma brisa sombria.
Nevoeiro!
Quem conhece vai levando devagar,
Hoje o mar estava sereno
Espelho cinza!
E as ondas não me levam a navegar,
Mas a ressaca do mar o tempo leva
E mesmo assim a memória está lá
Intacta, diante do mar e das ondas
Que no tom de azul agora se encontra.

(isso me surgiu depois que eu li na sala, vô poeta!!!!)

Poeta do Exílio disse...

E o cisco de ontem caiu intacto como a crença pessoal acerca de nosso passado.